segunda-feira, 1 de julho de 2013

Crônica da Semana


NOTAS ACERCA DO FUTEBOL BRASILEIRO


por Everton Cavalcanti, mestre em Educação Física

Como diria Chico Lang: “e assim caminha a mediocridade”. Roberto Havalone: “parem as máquinas”. E Milton Leite: “que beleza”. O contexto futebolístico brasileiro perpassa por um momento de agitação extrema, onde podemos identificar a interdependência entre campos, tão presente em discussões acadêmicas acerca de uma suposta “modernização” do esporte.

Politicamente, desde meu nascimento, desconheço mobilização de tamanha repercussão, reivindicando melhorias nas condições de vida do povo brasileiro. Que para além dos famosos R,20, desentalou da garganta o grito da grande maioria, afinal, Copa do Mundo meus caros, não é pra todo “mundo”. São bilhões de reais em um torneio que sairá mais caro do que o gasto somado das últimas três copas, sendo que o Brasil é um país de tanta desigualdade social, que não oferece condições básicas de sobrevivência a sua população.

Na Alemanha, no Japão, na Coréia, como diria meu irmão: “as demandas são atendidas”! E no Brasil? Queremos Educação, Saúde, Transporte, Segurança, tudo, tudo em padrão FIFA. Pior é saber que com 28 bilhões, dava pra melhorar a vida das pessoas e ainda sediar uma boa Copa e sabem por que aqui isso não acontece? Porque essa corja de políticos corruptos não se compromete minimamente conosco.

E aí eu critico veementemente quem se aproveita da situação pra querer discutir partidarismo, porque a questão é muito mais complexa, é de caráter, uns tem, outros não. E com todo o respeito à opinião alheia e as manifestações, tem dinheiro sim, pra Copa do Mundo, como tem dinheiro pra Educação, Saúde, Segurança, Transporte, ou você não confere seu contracheque no fim do mês? O problema está, ou melhor, onde não está o nosso “faz me rir”.

Interligado a essa efervescência, ocorre à simpática Copa das Confederações, torneio no qual o Brasil chegou a finalíssima e que pode tornar-se tetra campeão. Estranho é a seleção brasileira estar tão mal nos amistosos e sair atropelando os adversários na competição, mesmo não atuando em um nível de excelência satisfatório. Mas enfim, jogaremos com a forte seleção espanhola, campeã mundial e europeia e que busca uma inédita conquista. Será um desfile de bons jogadores no grande, novo e desconfigurado Maracanã, hora de ver se o futebol técnico e de posse de bola espanhol vence a garra e a vontade brasileira, no mínimo, contraditório, pra quem teve Pelé, Rivelino, Tostão, Gerson, Sócrates, Careca, Falcão, Romário, Ronaldo, Rivaldo e tantos outros.

Paralelo a isso, a torcida dos clubes nacionais está de olho no mercado, alguns jogadores indo, outros vindo e a pergunta é se não devíamos adequar nosso calendário aos dos europeus, porque parece que o Brasileirão vai voltar modificado novamente com a janela de transferências internacionais. O volante Paulinho vai jogar no Tottenham Hotspur, enquanto Neymar foi para o Barcelona e o meia Felipe Anderson vai defender a Lazio, entre outros. Muitos clubes se reforçando com atletas do interior (comprovando a mínima eficiência de alguns campeonatos regionais) tentando remontar seus elencos para a continuidade da competição.

Por último e não menos importante, a demissão do técnico Vanderlei Luxemburgo do Grêmio, que de certa forma surpreendeu a todos, mostrou mais uma vez que alguns dirigentes não aprendem. Não conheço o trabalho do “pofessô” Luxa no Sul, mas se não estava agradando, porque não foi mandado embora logo após a parada do torneio nacional? Um diretor do time gaúcho disse que o clube queria um fato novo, parabéns, o fato novo é velho meus caros, vocês são de uma incompetência sem tamanho, não tem o mínimo planejamento e como diria Caetano Veloso fazem as coisas de forma “burra”. Assim caminha a mediocridade, parando as máquinas. Queeee belezaaa!